O que é yoga

O título deste texto é uma falácia. Leva o leitor a pensar que encontrará aqui o conceito disto que só pode ser explicado por quem vivencia e, por isso, há tantos conceitos quanto há praticantes de yoga no mundo.

Há de se encontrar a definição de que é uma prática milenar lá da Índia que compreende uma série de passos, partes, manifestações.

Há quem relacione com religião, mas aí teríamos que discutir aqui o conceito de religião.

Podemos dizer que é um conjunto de técnicas para cuidar do corpo, mente e emoções.

Ou que é um caminho para o autoconhecimento.

O primeiro sūtra citando a Kaṭhopaniṣad, VI diz que: “Quando os cinco sentidos e a mente estão parados e a própria razão descansa em silêncio, então começa o caminho supremo. Esta firmeza calma dos sentidos chama-se Yoga. Mas deve-se estar atento, pois o Yoga vem e vai”.

Pode ser uma indicação de que yoga é quando estamos em união com a equanimidade.

O Bhagavad Gita ensina que "Yoga é a perfeição na ação", ou seja, é quando nossas ações fluem em harmonia com o dharma, com o bem comum. Quando estamos em presença realizando nosso melhor, mesmo não tendo controle do resultado.

Sendo assim, yoga é algo além do que se pratica numa aula. Fazer posturas, exercícios respiratórios, relaxar e meditar não é yoga se a pessoa não estiver consciente. Ao mesmo tempo, cuidar da casa, criar filhos, plantar um jardim, se feito com consciência, é yoga.

A pratica de yoga como é conhecida - no tapetinho, seguindo os passos e tal - contribui para que seja habitual estar consciente. Isso porque estamos, enquanto seres humanos encarnados, habitando um corpo, gerenciando uma mente, sentindo emoções. Estamos em sociedade. Nos afastamos da natureza, do divino. Por isso é preciso buscar essa essência que está bem lá no fundo, debaixo de todas as camadas sociais, comportamentais e culturais. Praticar yoga é reconhecer essa essência, redescobrir essa plenitude.

Yoga é caminho.

Yoga é fim.